Trocam-se histórias e estórias, partilham-se saberes e fazeres. Os risos abundam e até uma ou outra canção se solta para animar  a sala do Museu da Ruralidade de Entradas. Manuseiam-se  papeis, cola, pincéis, guaches, e os chocalhos de papel, inspirados no mote deste Entrudanças.2016, começam a ocupar as mesas. 

 São os chocalhos que servirão para decorar alguns espaços do evento e que, na sua criação, ajudam a aprofundar o sentimento de pertença e interatividade com a comunidade local, de mais um Entrudanças. 

Com o intuito de envolver a comunidade local no Entrudanças, e partindo do tema deste ano  “A Chocalhar o Entrudo”, surge o projeto de criação artística com a comunidade escolar de Castro Verde, integrando dois momentos de interacção e criação, com a organização de uma  orquestra de percussão  incorporando alguns chocalhos, onde os elementos sonoros da paisagem da planície se misturam com ritmos portugueses, africanos e brasileiros. Esta orquestra será coordenada por Nuno Patrício, mais conhecido por Winga. Ao elemento musical e coreográfico junta-se a “caraça”, um figurino que tem como ponto de partida a importância da indústria ovelheira, a lã, a pastorícia nómada — a transumância —, e a fabricação dos chocalhos, numa  oficina de adereços 

coordenada por Diana Regal, onde o material em destaque será o feltro.
Pretende-se desta forma sensibilizar os mais novos para as práticas tradicionais e a sua associação às práticas artísticas; divulgar e sensibilizar para o património local material e imaterial, que viu em dezembro de 2016 a arte chocalheira elevada a Património da Unesco; construir 50 caraças/adereços para o cortejo de Carnaval no âmbito do Entrudanças 2016 e transmitir ritmos musicais portugueses e internacionais.Para este feito, a comunidade escolar das  Escolas de Castro Verde começam hoje, 13 de janeiro, a primeira de quatro sessões de percussão e duas de adereços. O resultado deste projeto será apresentado no Festival, na tarde de dia 6 de Fevereiro.